

Além disso, um pâté de campagne.


Atrás do balcão, são preparados sanduíches, saladas, sopas e diversas outras especialidades típicas das delicatessens, muitas com acento judaico. Na fila que se aglomera junto ao balcão, os funcionários já oferecem uma prévia do seu pedido, oferecendo pequenas bocadas aos clientes.
O lugar tem inúmeras opções de pratos, e foram escolhidos o sanduíche de pastrami com picles e a matzo ball soup (reconfortante, num ótimo caldo de galinha, com um bom sabor de salsão).
Para beber, uma cerveja feita para a casa, cuja pressa em provar o pastrami nos fez esquecer de anotar detalhes sobre ela, pode ser uma Ale.
E o pastrami é sensacional. Úmido, no ponto perfeito de cura e de cozimento, ótimamente temperado. A carne derrete na boca.
Como opções, há ainda sanduíches de corned beef (o pastrami é curado numa salmoura com temperos, antes de ser cozido, e o corned beef é curado a seco), e o sanduíche de língua bovina, que só não foi provado porque os sanduíches são enormes (depois de meio sanduíche de pastrami e da sopa, como se vê na foto, seria uma temeridade).
Enfim, um clássico. E delicioso.
205 East Houston Street
New York NY 10002
A primeira coisa que me veio à cabeça foi que o equilíbrio entre o doce e o apimentado era completamente diferente de toda a comida tailandesa que eu havia provado no Brasil (aqui, menos doce e menos apimentado).
Em face dessa surpresa e buscando um padrão de comparação, procurei um prato que eu já conhecesse (e, por sinal, uma obssessão pessoal desse blog) o Phad Thai. E devo confessar, não estava bonito.
Porém, estava ótimo. Os brotos de feijão, quase crus, crocantes. Novamente, o equilíbrio doce-salgado num grau elevado. O ponto do macarrão e dos ovos ligeiramente mais tostado do que os que eu havia comido. E, digno de nota, camarões maiores e em maior quantidade dos que nos tailandeses daqui, e por um preço que não se encontra aqui (U$ 10.95).
Para acompanhar, um vinho branco californiano, Beringer, Sauvignon Blanc 2007 (http://www.beringer.com/BeringerSauvignonBlancNapaValley). Razoável.
A refeição suscitou reflexão. O que acontece com muitos restaurantes orientais em São Paulo, que servem um arremedo de comida típica ou comida típica adaptada demais ao paladar nacional? E, no caso dos tailandeses, por preços por demais elevados.
Enquanto o Tibete é o locus amenus da espiritualidade ocidental, a culinária tailandesa é o padrão exótico do paladar ocidental,lembrando o professor Carlos Alberto Dória (http://ebocalivre.blogspot.com/2009/07/tailandia-expansao-da-imaginacao.html), do ebocalivre. O sudeste asiático é “Thai”, e muitos restaurantes acabam por resvalar num “pan-asiatismo”, que por óbvio muitas vezes se perde. Lembram-se do East? Começou razoavelmente bem, mas tempos depois a única lembrança que sobrou da mistura Japão-Coréia-China-Camboja-Tailândia era de um infantil algodão doce servido como sobremesa, além de drinques carregados em xarope de lichia (e da conta salgada, mas não tão salgada como um traumático bul go gui – o churrasco coreano – lá provado).
Este blog, infelizmente, nunca esteve na Tailândia e não tem planos de ir para lá em breve. Mas temos uma boa noção do que o que se serve aqui está longe do ideal. O Thai Gardens é bom, mas falta algo. O Nam Thai, do chef David Zisman, começou com um bom trabalho, mas fechou, reabriu chamando-se Ban Kao (ainda não o visitamos), mas também rendeu-se ao pan-asiatismo (com o inevitável balcão de sushis). Será que o paladar do paulistano, que vem sendo educado e ampliado nos últimos vinte anos, não está pronto para uma comida tailandesa autêntica (e que não custe, com um vinho, cem reais per capita)? Acho que está, mas isto ainda é uma obra por fazer.
Sanduíche de ovos com linguiça.
Panquecas com linguiça, acompanhadas do syrup, que não saiu na foto.
Eggs Benedicte w/ Ham, do Pigalle (http://www.pigallenyc.com/), que, apesar do breakfast tipacamente americano é na verdade um restaurante francês. Os ovos podiam estar um pouco menos cozidos, não estavam moles no ponto certo, mas o molho de queijo era suave e muito bom.
Em busca da "culinária americana", ainda foram consumidos bagels normais, poppy baggels, com as sementes de papoula (será que ANVISA parou de criar caso para a importação de sementes de papoula estéreis, ou ainda está com medo que as mamas judaicas ao invés de fazer bagels comecem a plantar ópio enlouquecidamente?) com cream cheese, com salmão defumado da Nova Escócia, e litros de café fraco!
Sem foto, mas ainda digno de nota, os ovos poché sobre salmão defumado e english muffin do Brasserie Athenée (http://www.brasserieatenhee.com/), estes sim com os ovos perfeitamente moles.
Com esses cafés-da-manhã, só resta andar, andar muito, para se poder ter fome no almoço!